
L’avènement de Trump fut celui de la post-vérité. Une manipulation consciente et éhontée de faits, afin d’échafauder une vérité flatteuse pour celui qui l’énonce. C’est le gros « bon sens » idiot érigé en code de conduite. Le genre de bêtise qui amène Trump à demander aux autorités françaises de larguer de l’eau par avion sur Notre-Dame en feu, sans imaginer un instant que ce type d’opération pourrait détruire la cathédrale…
Les palabres du Café du Commerce en guise vision.
Mais Bolsonaro frappe un cran au-dessus. Pour sa part, il occulte toute notion de vérité. Chez lui, la communication politique n’existe pas. Idiot ou cynique, il ne cherche pas à avoir raison, il parle. Et cela fonctionne. Grâce à quoi ? L’état catastrophique du Brésil, et un noyau de sympathisants qui parlent et menacent forts.
Chez Bolsonaro, le langage n’est plus un instrument de manipulation, il n’est d’aucune utilité. Superflu, le débat est signe de malhonnêteté, de manipulation, tout comme l’intelligence, ou les vérités nécessitant plus de trois mots pour être exprimées.

Avec Bolsonaro, les mises en garde du Why I write d’Orwell son caduques. Le langage n’est plus un moyen de séduction. Il est ruiné. Le fait prend sa place, avec la photographie, la vidéo, le tweet et le post. Des instruments pauvres, qui ont pour fonction d’occuper l’espace, comme le mastic comble le failles d’un mur. Leur accumulation est une fin en soi.
Bolsonaro obéit au même leitmotiv que les jeunes mafiosi, décrits par Saviano : Le passé appartient aux vieux et le futur appartient aux losers. Seul le présent appartient aux gagnants.
Il ne se souvient de rien, n’anticipe rien. Il s’agit de donner l’apparence d’avoir raison, hic et nunc. Le reste n’est que littérature…

O advento de Trump foi o da pós-verdade. Uma manipulação consciente e desavergonhada dos fatos, a fim de construir uma verdade lisonjeira para quem a afirma. Este é o grande idiota movido pelo « senso comum » erigido à padrão do pensamento. O tipo de estupidez que leva Trump a pedir às autoridades francesas que joguem água por ar em Notre-Dame em fogo, sem imaginar por um momento que esse tipo de operação poderia destruir a catedral …
A palapres do Café du Commerce como uma visão.
Mas Bolsonaro atinge um nível acima. Em sua prática, obscurece qualquer noção de verdade. Com ele, a comunicação política não existe. Idiota ou cínico, ele não tenta estar certo, ele fala. E isso funciona. Graças a quê? O estado catastrófico do Brasil e um núcleo de simpatizantes que gritam e ameaçam forte.
Em Bolsonaro, a linguagem não é mais um instrumento de manipulação, não tem utilidade. Supérfluo, o debate é um sinal de desonestidade, é manipulativo, assim como a inteligência, ou verdades que exigem mais do que três palavras para serem expressas.

Com Bolsonaro, as advertências de Orwell no seu Why I write soam decrépitas. A linguagem não é mais um meio de sedução. Ela está arruinada. O fato toma o seu lugar, com fotografia, vídeo, tweet e post. Instrumentos pobres, cuja função é ocupar o espaço, como um gesso oco que preenche as faltas de uma parede. Sua acumulação é um fim em si mesmo.
Bolsonaro obedece ao mesmo leitmotiv dos jovens mafiosos, descritos por Saviano: O passado pertence ao velho e o futuro pertence aos perdedores. Apenas o presente pertence aos vencedores.
Ele não lembra de nada, não antecipa nada. É sobre dar a aparência de estar certo, hic et nunc. O resto é apenas literatura …