Chico « do Brasil »

Drapeau France par Baptiste Fillon

Les Brésiliens ont Chico Buarque, Chico Science, les Français ont Chico et les gypsies et  Chico « do Brasil ».

Voici une quinzaine d’années, la télé française diffusait un spot publicitaire pour un forfait mobile, vanté par un Brésilien d’opérette nommé « Chico ». Joué par un acteur français, ce personnage vivait alors l’apogée de sa gloire, après plusieurs années passées sur l’antenne sur Canal +. Honnêtement, je le trouvais plutôt drôle. Et pas mal de ses sketchs m’ont de nouveau fait rire quand je les ai revus pour écrire ce post. Notamment celui du Jacques Higelin brésilien.

A mon sens, il a dû son succès à sa capacité d’incarner parfaitement le cliché français du Brésilien : accent chantant, (multi)sexualité débridée, peau foncée, hystérie permanente, passion de la danse, de la fête et du football, chemise à fleurs, coupe afro du temps où Mickaël Jackson était encore noir, sans oublier ses allusions constantes à Rio… Tout y était.

Et puis Chico a disparu des écrans. Ce fut surtout dû à la logique d’essorage du show-business qu’à une lassitude du public pour le cliché du Brésilien hystérique, fou de football et maniaque sexuel.

Personnellement, que ce soit à Paris, Rio ou São Paulo, je n’ai jamais vu un seul Brésilien qui ressemblait à Chico :  sosie surfait de Jorge Ben au temps de sa jeunesse, vêtu d’un costume des années soixante-dix. Mais je n’ai jamais fréquenté les lieux qu’il fallait pour cela. Et ce n’est pas prêt de changer, puisque mes deux enfants essorent copieusement mes capacités de sorties nocturnes.

Mais revenons à la vraie question : l’espoir d’un retour de Chico à la télévision française est-il permis ?

 

Drapeau Brésil por Baptiste Fillon

Os brasileiros têm Chico Buarque, Chico Science, os franceses têm « Chico et les gypsies »  e Chico « do Brasil ».

Cerca de quinze anos atrás, a TV francesa transmitiu um comercial para um pacote móvel, estraldo por um brasileiro de opereta chamado « Chico ». Interpretado por um ator francês, esse personagem viveu então o apogeu de sua glória, depois de vários anos na antena do Canal +. Honestamente, achei engraçado. E muitos de seus esquetes me fizeram rir de novo quando os vi novamente para escrever este post. Em particular a do Jacques Higelin (cantor francês) brasileiro.

Na minha opinião, ele deve seu sucesso à sua capacidade de incorporar perfeitamente o estereótipo que os Francês tem do brasileiro: sotaque cantado, (multi) sexualidade desenfreada, pele escura, histeria permanente, paixão pela dança, festa e futebol, camisa flores, corte afro do tempo em que Mickaël Jackson ainda era negro, sem mencionar suas constantes alusões ao Rio … Tudo estava lá.

E então Chico desapareceu das telas. Isso se deveu principalmente à lógica do show business que o clichê do brasileiro histérico, maluco por futebol e maníaco sexual, cansou o público.

Pessoalmente, seja em Paris, no Rio ou em São Paulo, nunca vi um único brasileiro que se parecesse com Chico: uma cópia exagerada de um jovem Jorge Ben, vestido com uma fantasia dos anos setenta. Mas eu nunca fui aos lugares que eram necessários para isso. E isso não está em condições de mudar, já que meus dois filhos reduzem copiosamente minhas posibilidades noturnas.

Mas voltando à questão real:  será que posso ter a esperança do retorno de Chico à televisão francesa é permitida?